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04 maio, 2009

Engasgada


Há dias uma poesia se hospeda
Na garganta.
Faz vezes de querer ser expelida,
Mas não se desaconchega 
Do espaço entre a glote e a mão
Não salta para tela,
Nega-se à caneta!
Fica natimorta 
entre carótidas e jugulares.

Estas palavras que não se revelam
Ainda hão de matar o poeta.
Incompleto ele será encontrado
 Inerte ao lado de vírgulas e
 Pontos sem par, 
De exclamações sem versos e 
Da pálida inspiração desencantada.

Tatiana Mamede.

Deleite-se ouvindo A palavra certa - Herbert Vianna

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