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28 abril, 2009

Desalento


Foto:Photodisc

Abismos namoram o útero.
Seu produto é vacilante, não caminha, saltita,
Nem vê a mesa que termina abrupta
E cala o eco dos sorrisos.

Não vês? É o fim, e ainda nem houve começo.
Olha pro outro lado, respira aquele ar,
Desimpregne-se destes feitiços
Sedutores vãos da vida recém nascida.

Abra os olhos perfeitos, há todo
um universo que clama atenção
Ele gira, e dança, e pisca e nada!
Não lhe faz menção.

Por que cortejar o precipício?
Ainda não é momento de experimentar este perigo.

Aferre-se à minha mão. Deixa caminhar contigo.
Os passos são somente teus, o caminho deles será feito.
Mas deixa-me calçar-te os pés para que sinta as pedras,
Para senti-las e percebê-las sem perderes os dedos
Sem vender a alma, sem morrer antes de viver...


Tatiana Mamede.

Agradecimentos ao Miojo pela ajuda ortográfica.

Deleite-se ouvindo Falling down - Duran Duran

2 comentários:

Su disse...

Respirei tão fundo...

Unknown disse...

Agora respira comigo...1...2...3...