Esses tons de cinza
adornando o céu,
traduzem o tempo de recolher-se,
der ser menos um pouco si mesmo.
Esses meios tons
não alegram nem aquecem.
Tampouco entristecem.
Apenas são.
E o são sem graça,
sem zombaria e sem galhardia.
São tons de deixar-se só,
de abandonar-se à negação.
Entender? Para quê?
São os tons que dizem pra chorar,
Lamentar, enlutar.
A companhia perfeita, o Indagar,
parece ter
outros compromissos.
Esses cinzas,
que podem ensinar,
que não motivam,
que deveriam traduzir almas,
e fecham olhos.
São gritos da alma...
Esses meios tons.
Do desespero de não querer
reconhecer o Ser
que já desponta no horizonte
Esse desconhecido,
ainda inimigo...
Diferente
e por assim apresentar-se,
temível.
Ah, mas em breve
Ele estará habitando o mesmo abrigo.
E então, os meios cinzas, quase sempre brancos,
tantas vezes negros,
não terão lugar,
e o novo já será
a mais nova faceta
do seu viver.
Tatiana Mamede.
Deleite-se ouvindo Down em mim - Cazuza & Barão Vermelho
2 comentários:
Primeira!!!
Eu estou me sentindo cinza!!!
Mas tudo vai melhorar! Te adoro muito menina!
Tem minha cara psicotica e depremida estampada nesse poema
Gostaria de voltar a me sentir cinza talvez amenizasse a dor
Bju!!
Postar um comentário